A Igreja

A Igreja da Misericórdia de Tavira fica situada na cidade de Tavira, na freguesia de Santa Maria. Mandada construir pela Misericórdia de Tavira, a sua construção (1541-1551), é da autoria de André Pilarte, que também participou na construção do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

A igreja, de estilo renascentista, é constituída por três naves, sem Capela-Mor; o seu teto é sustentado por oito colunas rematadas por capitéis renascentistas. A sua decoração apresenta um conjunto de painéis de azulejos azuis e brancos, do século XVIII, que mostram as 18 Obras de Misericórdia (Obras Espirituais, Obras Corporais e vida de Cristo).

A fachada principal é considerada um dos melhores testemunhos da Renascença portuguesa no Algarve. O pórtico principal, um arco de volta perfeita com ampla decoração all’ antico procedente de gravados italianos, sendo encimado pela imagem de Nossa Senhora da Misericórdia; esta imagem, recolhida sob um dossel e ladeada por dois anjos esvoaçantes, encontra-se no meio das figuras de São Pedro e São Paulo, sendo visível ainda o brasão da cidade de Tavira.

Retábulos Barrocos

Altar-mor Retábulo de planta reta e composição tetrástica em madeira entalhada e dourada. De um só corpo organizado em um tramo, enquadrado por dois pares de colunas, suportadas por mísulas, de fuste espiralado, revestidas por cachos de

A Igreja da Misericórdia de Tavira fica situada na cidade de Tavira, na freguesia de Santa Maria. Mandada construir pela Misericórdia de Tavira, a sua construção (1541-1551), é da autoria de André Pilarte, que também participou na construção do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

A igreja, de estilo renascentista, é constituída por três naves, sem Capela-Mor; o seu teto é sustentado por oito colunas rematadas por capitéis renascentistas. A sua decoração apresenta um conjunto de painéis de azulejos azuis e brancos, do século XVIII, que mostram as 18 Obras de Misericórdia (Obras Espirituais, Obras Corporais e vida de Cristo).

A fachada principal é considerada um dos melhores testemunhos da Renascença portuguesa no Algarve. O pórtico principal, um arco de volta perfeita com ampla decoração all’ antico procedente de gravados italianos, sendo encimado pela imagem de Nossa Senhora da Misericórdia; esta imagem, recolhida sob um dossel e ladeada por dois anjos esvoaçantes, encontra-se no meio das figuras de São Pedro e São Paulo, sendo visível ainda o brasão da cidade de Tavira.

Retábulos Barrocos

Altar-mor Retábulo de planta reta e composição tetrástica em madeira entalhada e dourada. De um só corpo organizado em um tramo, enquadrado por dois pares de colunas, suportadas por mísulas, de fuste espiralado, revestidas por cachos de uvas, parras e putti. Ao centro, uma tribuna preenchida por um trono piramidal em degraus, o qual é encimado por um ostensório coroado e ladeado por anjos de vulto perfeito. No ático, dois arcos de volta perfeita, espiralados, seccionados por seis aduelas e fechados ao centro por uma cartela que encerra as armas portuguesas, suportada por dois anjos. Sobre o ático, encontra-se um duplo cortinado em madeira entalhada, sendo os exteriores presos lateralmente por dois pares de anjos esvoaçantes de diferentes dimensões, e encimado por um dossel com sanefas. O altar encontra-se assente em duas colunas quinhentistas de cantaria.

Altar de Nossa Senhora da Conceição Retábulo de estilo barroco, de planta reta, em madeira entalhada, lavrada e dourada. De um só corpo e organizado em um só tramo, está enquadrado por duas colunas, suportadas por mísulas localizadas no banco, de fuste espiralado, revestidas por cachos de uvas e parras. O ático, de formato triangular, é composto por elementos florais e vegetalistas entalhados e vazados, rematado no topo por uma coroa imperial. Ao centro, uma moldura encerra uma pintura de óleo sobre tela com a representação da Virgem da Conceição. Desta, datada do século XVIII, desconhece-se o seu autor.

Altar de Nossa Senhora da Soledade Retábulo de estilo barroco, de planta reta, em madeira entalhada, lavrada e dourada. De um só corpo e organizado em um só tramo, está enquadrado por duas colunas, suportadas por mísulas localizadas no banco, de fuste espiralado, revestidas por cachos de uvas e parras. O ático, de formato triangular, é composto por elementos florais e vegetalistas entalhados e vazados, rematado no topo por uma coroa imperial. Ao centro dois nichos sobrepostos, com porta de vidro, enquadrado o inferior por duas colunas de fuste liso e capitel coríntio, e ambos encimados por entablamentos retos. No nicho inferior está colocada a imagem de Nossa Senhora da Soledade.

Os Azulejos da Igreja da Misericórdia

A data de execução dos Painéis Azulejares encontra-se pintada junto ao altar colateral da Nossa Senhora da Conceição: ANNO de 1760. Através dos livros de receitas e despesas da Irmandade sabemos que os pagamentos da obra se iniciaram em 1758-1759, prolongando-se até ao ano de 1764. As primeiras despesas prendem-se com o dinheiro enviado para Lisboa que, de acordo com o que é referido em outras entradas, era entregue a um Jozé Victorino, que o remetia para a capital. Um estudo de José Meco inclui este conjunto azulejar no acervo pictórico de Domingos de Almeida, mestre lisboeta que esteve em Faro a substituir parte da abóboda da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Nas naves da Igreja encontram-se representadas as catorze obras da Misericórdia. As espirituais, mais valorizadas, estão colocadas no lado do Evangelho, e as corporais no lado da Epístola. Representando cenas do quotidiano, estão devidamente numeradas e identificadas, iniciando-se com a colocação das duas principais obras nas paredes que emolduram a porta principal da Igreja. Cada quadro é envolto por uma moldura de concheados assimétricos, do estilo rococó, com pilastras laterais encimadas por vasos. Estas, em perspetiva, convergem para a pintura central. No remate inferior surge uma cartela com a identificação da obra, e na parte superior, uma outra cartela coroa uma composição de volutas e elementos vegetalistas. No seu interior exibe um símbolo, diferente em cada um dos painéis, e na sua maioria de dimensão cristológica. O símbolo mais repetido nas duas primeiras obras dos painéis é a Estrela. Esta, de forma isolada, é habitualmente associada à Virgem e às suas litanias, mas, na verdade, também pode representar o nascimento de Jesus Cristo, aquela que guiou os Magos até ao menino. Os símbolos das restantes remetem para Cristo. À temática da vida de Cristo presente no segundo programa azulejar, vinculam-se os símbolos que, sem relação direta com as obras de misericórdia ilustradas nos painéis, aludem à dimensão cristológica da misericórdia, isto é, à ideia do nascimento e morte de Cristo para a Salvação do Homem como exemplo maior da Misericórdia. Assim, a uma leitura imediata relativa às obras de misericórdia, bem identificadas, sobrepõe-se um nível de aprofundamento da mensagem que deve ser entendida como a salvação e eternidade, preparada em vida com as boas práticas das obras. Além dos símbolos já falados encontramos, nas cartelas, símbolos como a âncora. Esta é símbolo da esperança, da salvação e da verdadeira Fé. A bandeira pode ser entendida enquanto símbolo da vitória sobre o pecado e a morte. Associada ao Cordeiro de Deus, simboliza a vitória sobre a morte através do martírio de Cristo. A espada aparece como símbolo da justiça, do poder e da autoridade. A palmeira como símbolo do martírio e da imortalidade, e o cedro, símbolo da majestade, nobreza e incorruptibilidade. Sobre a porta principal e a estabelecer a relação entre as espirituais e as corporais, aparece Cristo com o cordeiro aos ombros, como símbolo do Bom Pastor. A enquadrar os retábulos, mais azulejos com elementos arquitetónicos em perspetiva realçam o estreito quadro central, onde provavelmente figura um cedro ou uma palmeira. No início das escadas de acesso à cabeceira do templo, do lado do Evangelho, o painel é encimado pela figura do Cordeiro de Deus com a bandeira, símbolo de Cristo. Do lado da Epístola, a porta da Sacristia é coroada com uma cartela com a representação de uma píxide. Junto ao órgão, a representação de Nossa Senhora e o menino Salvador do mundo. Logo após a última obra espiritual, do lado do Evangelho, a antiga porta entaipada é enquadrada pelo revestimento cerâmico e concluída pela imagem de Cristo Salvador do Mundo, que se encontra a abençoar com a mão direita enquanto a esquerda segura o globo terrestre, encimado pela cruz.

, parras e putti. Ao centro, uma tribuna preenchida por um trono piramidal em degraus, o qual é encimado por um ostensório coroado e ladeado por anjos de vulto perfeito. No ático, dois arcos de volta perfeita, espiralados, seccionados por seis aduelas e fechados ao centro por uma cartela que encerra as armas portuguesas, suportada por dois anjos. Sobre o ático, encontra-se um duplo cortinado em madeira entalhada, sendo os exteriores presos lateralmente por dois pares de anjos esvoaçantes de diferentes dimensões, e encimado por um dossel com sanefas. O altar encontra-se assente em duas colunas quinhentistas de cantaria.

Altar de Nossa Senhora da Conceição Retábulo de estilo barroco, de planta reta, em madeira entalhada, lavrada e dourada. De um só corpo e organizado em um só tramo, está enquadrado por duas colunas, suportadas por mísulas localizadas no banco, de fuste espiralado, revestidas por cachos de uvas e parras. O ático, de formato triangular, é composto por elementos florais e vegetalistas entalhados e vazados, rematado no topo por uma coroa imperial. Ao centro, uma moldura encerra uma pintura de óleo sobre tela com a representação da Virgem da Conceição. Desta, datada do século XVIII, desconhece-se o seu autor.

Altar de Nossa Senhora da Soledade Retábulo de estilo barroco, de planta reta, em madeira entalhada, lavrada e dourada. De um só corpo e organizado em um só tramo, está enquadrado por duas colunas, suportadas por mísulas localizadas no banco, de fuste espiralado, revestidas por cachos de uvas e parras. O ático, de formato triangular, é composto por elementos florais e vegetalistas entalhados e vazados, rematado no topo por uma coroa imperial. Ao centro dois nichos sobrepostos, com porta de vidro, enquadrado o inferior por duas colunas de fuste liso e capitel coríntio, e ambos encimados por entablamentos retos. No nicho inferior está colocada a imagem de Nossa Senhora da Soledade.

Os Azulejos da Igreja da Misericórdia

A data de execução dos Painéis Azulejares encontra-se pintada junto ao altar colateral da Nossa Senhora da Conceição: ANNO de 1760. Através dos livros de receitas e despesas da Irmandade sabemos que os pagamentos da obra se iniciaram em 1758-1759, prolongando-se até ao ano de 1764. As primeiras despesas prendem-se com o dinheiro enviado para Lisboa que, de acordo com o que é referido em outras entradas, era entregue a um Jozé Victorino, que o remetia para a capital. Um estudo de José Meco inclui este conjunto azulejar no acervo pictórico de Domingos de Almeida, mestre lisboeta que esteve em Faro a substituir parte da abóboda da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Nas naves da Igreja encontram-se representadas as catorze obras da Misericórdia. As espirituais, mais valorizadas, estão colocadas no lado do Evangelho, e as corporais no lado da Epístola. Representando cenas do quotidiano, estão devidamente numeradas e identificadas, iniciando-se com a colocação das duas principais obras nas paredes que emolduram a porta principal da Igreja. Cada quadro é envolto por uma moldura de concheados assimétricos, do estilo rococó, com pilastras laterais encimadas por vasos. Estas, em perspetiva, convergem para a pintura central. No remate inferior surge uma cartela com a identificação da obra, e na parte superior, uma outra cartela coroa uma composição de volutas e elementos vegetalistas. No seu interior exibe um símbolo, diferente em cada um dos painéis, e na sua maioria de dimensão cristológica. O símbolo mais repetido nas duas primeiras obras dos painéis é a Estrela. Esta, de forma isolada, é habitualmente associada à Virgem e às suas litanias, mas, na verdade, também pode representar o nascimento de Jesus Cristo, aquela que guiou os Magos até ao menino. Os símbolos das restantes remetem para Cristo. À temática da vida de Cristo presente no segundo programa azulejar, vinculam-se os símbolos que, sem relação direta com as obras de misericórdia ilustradas nos painéis, aludem à dimensão cristológica da misericórdia, isto é, à ideia do nascimento e morte de Cristo para a Salvação do Homem como exemplo maior da Misericórdia. Assim, a uma leitura imediata relativa às obras de misericórdia, bem identificadas, sobrepõe-se um nível de aprofundamento da mensagem que deve ser entendida como a salvação e eternidade, preparada em vida com as boas práticas das obras. Além dos símbolos já falados encontramos, nas cartelas, símbolos como a âncora. Esta é símbolo da esperança, da salvação e da verdadeira Fé. A bandeira pode ser entendida enquanto símbolo da vitória sobre o pecado e a morte. Associada ao Cordeiro de Deus, simboliza a vitória sobre a morte através do martírio de Cristo. A espada aparece como símbolo da justiça, do poder e da autoridade. A palmeira como símbolo do martírio e da imortalidade, e o cedro, símbolo da majestade, nobreza e incorruptibilidade. Sobre a porta principal e a estabelecer a relação entre as espirituais e as corporais, aparece Cristo com o cordeiro aos ombros, como símbolo do Bom Pastor. A enquadrar os retábulos, mais azulejos com elementos arquitetónicos em perspetiva realçam o estreito quadro central, onde provavelmente figura um cedro ou uma palmeira. No início das escadas de acesso à cabeceira do templo, do lado do Evangelho, o painel é encimado pela figura do Cordeiro de Deus com a bandeira, símbolo de Cristo. Do lado da Epístola, a porta da Sacristia é coroada com uma cartela com a representação de uma píxide. Junto ao órgão, a representação de Nossa Senhora e o menino Salvador do mundo. Logo após a última obra espiritual, do lado do Evangelho, a antiga porta entaipada é enquadrada pelo revestimento cerâmico e concluída pela imagem de Cristo Salvador do Mundo, que se encontra a abençoar com a mão direita enquanto a esquerda segura o globo terrestre, encimado pela cruz.

LATERAL DIREITA

OBRAS CORPORAIS

LADO DA EPÍSTOLA

1- Dar de comer a quem tem fome

2-Dar de beber a quem tem sede

3-Vestir os nus

4-Visitar os enfermos e encarcerados

5-Dar pousada aos peregrinos

6-Remir os cativos

7-Enterrar os mortos

LATERAL ESQUERDA

OBRAS ESPIRITUAIS

LADO DO EVANGELHO

1- Dar bons conselhos

2-Ensinar os ignorantes

3-Consolar os tristes

4-Castigar os que erram

5-Perdoar as injúrias

6-Sofrer com paciência as fraquezas dos nossos próximos

7- Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos